Roncar pode ser sinal de Apneia

Ronco e apneia são mais comuns do que se imagina e podem desencadear uma série de problemas no organismo
Shutterstock / Para muitos, a hora de dormir é um verdadeiro pesadelo. O que era para ser um momento silencioso de descanso, dá lugar a uma sinfonia de sons, ruídos e engasgos. Motivo: os roncos do companheiro de cama. Mas esses sons são apenas a ponta do iceberg, uma vez que podem anunciar a apneia, um distúrbio do sono que ocasiona paradas respiratórias temporárias, com duração de alguns segundos. De acordo com especialistas, o distúrbio é coisa séria e pode desencadear desarranjos tanto no organismo de quem escuta quanto no de quem produz os roncos.
O médico Marcos Mo­­cellin, professor de Otor­­rinolaringologia na Uni­­versidade Federal do Paraná (UFPR), explica que diversas podem ser as causas da apneia, como obesidade, desvio de septo e amígdalas grandes, que podem obstruir ou comprimir as vias aéreas superiores (na região da garganta). “Quem tem apneia dorme mal. Por não conseguir atingir a fase profunda do sono, devido às interrupções passageiras no fornecimento de oxigênio, a pessoa não descansa como deveria e acorda cansada, com irritabilidade persistente, sonolência e baixo rendimento intelectual”, diz Mocellin.


Fique de olho
Os pais devem procurar ajuda quando a criança apresentar os seguintes sintomas:

• Respiração bucal
• Ronco
• Sudorese noturna
• Sono agitado
• Sonolência excessiva durante o dia
Como tratar
Confira dicas dos especialistas para acabar com o ronco:
• Faça dieta e exercícios físicos para controlar o peso.
• Evite alimentos pesados e bebidas alcoólicas à noite.
• Durma de lado.
• Trate problemas de nariz e garganta, como desvio de septo e adenoides.
• Procure um médico.
• Use máscara de pressão (CPAP) na hora de dormir, mas apenas quando indicado por um profissional qualificado.
Era o caso do administrador de empresas Wanderlei Salvador, 45 anos, que acordava cansado e sem ânimo por ter até 64 paradas respiratórias por noite. “Eu sofria com muitas dores de cabeça e não tinha disposição para nada”, conta. Mas a fadiga também era sentida pela esposa de Salvador, Dilmara Farias Franco Salvador, 46 anos. “Ele não tinha ideia de como era perturbador o ronco dele. Parecia uma máquina”, brinca Dilmara.
Há um ano, porém, Sal­­vador dorme com uma máscara de pressão, chamada CPAP, que acabou com a apneia. “O aparelho joga ar contínuo em alta velocidade, para desobstruir a garganta, e deixa o mesmo nível de pressão na inspiração e na expiração. Ele se tornou um tratamento bem comum nos últimos tempos”, diz o otorrinolaringologista Vinicius Ribas Fonseca, que leciona na Universidade Positivo (UP).
Estudo
Mas engana-se quem pensa que apenas os homens roncam. Um estudo realizado pelo Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (USP) mostra que, antes dos 40 anos, 26% dos homens e 90% das mulheres roncam mais do que três vezes por semana. Depois dessa idade, o número de mulheres quase triplica e passa para 25%, enquanto que a quantidade de homens chega a 36%.









Primeira Infância
Os pequenos também roncam


Ao observar os filhos dormindo, muitos pais têm a impressão de que, por alguns momentos, as crianças param de respirar. Não é mera impressão. “Muitas realmente interrompem a respiração”, afirma o médico Marcos Mocellin. De acordo com o especialista, o ronco e a apneia são problemas comuns na infância – que regridem em 90% dos casos, até a criança completar 15 anos. “Apesar disso, a recomendação é sempre procurar um profissional qualificado para avaliar o distúrbio”, ressalta Mocellin.
“Por mais comum que seja, o ronco crônico deve servir de alerta para os pais”, explica o otorrinolaringologista Vinicius Ribas Fonseca. “O problema prejudica a oxigenação do cérebro e, consequentemente, o desenvolvimento intelectual e o aprendizado das crianças.”


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